Mostrando postagens com marcador UFS Campus do Sertão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador UFS Campus do Sertão. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Embrapa: sistema digital cria alerta sobre doenças de soja e algodão

 A Embrapa e a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) desenvolveram o Monitora Oeste, um sistema digital gratuito que envia emite alertas sobre o avanço de doenças e pragas ao celular do produtor.

alerta

Sistema combina equipes a campo e 44 armadilhas georreferenciadas. (foto – Fabiano Perina)

Entre elas, estão a ferrugem asiática e a mancha de ramulária, que atacam lavouras de algodão e soja, nas propriedades rurais do oeste baiano. Estas enfermidades podem gerar perdas estimadas em 30% na cotonicultura, e de até 80%, na sojicultura.

Desenvolvida ao longo de dois anos, a tecnologia está disponível para navegação gratuita em smartphone (Android e IOS) e em plataforma web. Ao cadastrar-se, o usuário passa a receber informações sobre os focos e as condições climáticas favoráveis para a proliferação das doenças e para a dispersão dos esporos na região.

Dentro do aplicativo, o usuário encontrará sete funcionalidades: ocorrências e alertas; gráfico de ocorrências; mapa de ocorrências; armadilhas; mapa de armadilhas; favorabilidade e agrometeorologia.

A tecnologia possibilita a aplicação de filtros, como espécie (doença), municípios, núcleos regionais e safra. A versão para Web traz ainda mais recursos, como o tipo de área em que a ocorrência foi registrada, a sobreposição de camadas e a geração e exportação de mapas em alta resolução.

Para o pesquisador da Embrapa Territorial Julio Bogiani, líder da equipe que desenvolveu o produto, o Monitora Oeste permitirá elevar a eficiência de controle das doenças, com a possibilidade de redução de custos e de impacto ambiental pelo menor número de aplicações de defensivos agrícolas.

Ele explica que, atualmente, as aplicações dos fungicidas são calendarizadas. Em cada safra, são realizadas de oito a dez aplicações, com intervalos de 15 dias, período de duração residual do fungicida.

“O sistema dá aos produtores as melhores condições para a tomada de decisão de abrir mão ou de utilizar os defensivos agrícolas na época certa e na dose correta. Com o direcionamento dos seus gastos, eles alcançarão uma economia muito boa”, afirma o cientista.

A Abapa levará a tecnologia aos seus associados. Na visão de Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da associação, o Monitora Oeste possui os elementos necessários para o incremento da produtividade do agricultor baiano.

“A mancha de ramulária e a ferrugem da soja são potencialmente devastadoras, quando fora de controle, e de rápida disseminação. Ter a informação precisa e atualizada permite traçar estratégias mais eficazes de controle, com sustentabilidade. Isso traz maior rentabilidade e se alinha à nossa busca diária por sustentabilidade econômica, ambiental e social”, disse.

O app e o WebGIS

No WebGIS o usuário encontrará mais filtros de pesquisa, como estágio e tipo de área onde se levantou o dado. Poderá ainda identificar se os dados provêm da coleta de plantas voluntárias. Pela plataforma Web da Embrapa, também há a possibilidade de baixar as imagens em alta resolução e realizar a sobreposição de camadas.

Os alertas emitidos pelo Monitora Oeste estão organizados em três níveis: ocorrências de doenças, condições climáticas favoráveis para as ocorrências e condições climáticas favoráveis para a dispersão de esporos no ar.

O primeiro nível mostra onde foram identificadas plantas infectadas. Os dados são expressos em mapas e gráficos. O levantamento das informações em campo segue o método tradicional de observação, com o monitoramento realizado por uma rede de colaboradores já atuante na região.

O sistema também reúne dados da presença de esporos na região a partir de 44 armadilhas georreferenciadas, distribuídas pelos núcleos regionais. Quanto mais pontos de coletas, maior a precisão das informações.

As equipes são formadas por produtores locais, técnicos da Abapa, da Embrapa e de parceiros, que percorrem as lavouras dos municípios e dos núcleos regionais do oeste baiano, e verificam se há a presença de doenças nas plantas.

Os outros alertas

Outro nível de alerta enviado pelo Monitora Oeste aponta se as condições climáticas estão favoráveis para o surgimento e para o desenvolvimento das doenças.

O filtro “favorabilidade” mostra sobre o mapa se existe alto ou baixo risco de proliferação dos agentes causadores da mancha de ramulária e da ferrugem asiática pelas plantações de acordo com as condições do clima.

Para esse nível de alerta, o aplicativo utiliza o banco de dados das estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com atualização diária e em tempo real.

Dentro do sistema, os mapas das armadilhas são sobrepostos ao mapa da favorabilidade climática, facilitando ao usuário compreender o risco de disseminação.

Além dos dados de alerta, o Monitora Oeste traz vários índices agrometeorológicos da região: albedo, biomassa, NDVI, evapotranspiração e produtividade da água. O produtor poderá fazer cruzamentos de camadas para obter informações estratégicas de seu talhão. (com informações da assessoria de imprensa).


Fonte: Embrapa

terça-feira, 10 de maio de 2022

Senar Sergipe abre inscrições para cursos online nas áreas de fruticultura e gado de leite.

 As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas até 12 de maio.



Senar Sergipe abre inscrições para cursos online nas áreas de fruticultura e gado de leite - Imagem: Senar/SE

Como combater e evitar pragas agrícolas, atualização de normas quanto ao uso correto e seguro de defensivos agrícolas e ainda o manejo de gado leiteiro, são os temas dos cursos online com inscrições abertas no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, o Senar Sergipe.


“Estamos sempre atentos às demandas do setor agropecuário e buscamos capacitar e atualizar aquele que trabalha no campo, levando informação e conhecimento”, reforça o presidente do Sistema Faese/Senar, Ivan Sobral.


O público-alvo são estudantes do setor ou quem trabalha com a fruticultura, no caso dos cursos de Introdução ao manejo integrado de pragas e doenças dos citros (18 a 20 de maio) e Uso correto e seguro de defensivos agrícolas: NR 31 (31 de maio a 04 de junho), no primeiro tema serão abordadas as principais pragas agrícolas que atingem a citricultura sergipana e como combater.


Já a segunda temática, que terá um formato híbrido, trará as atualizações mais recentes da Norma Reguladora 31, uma delas começa a valer em julho deste ano, a partir dessa data quem usar tratores sem cabine ou de cabine aberta durante pulverizações com atomizador mecânico tracionado poderá ser autuado por auditores fiscais do trabalho. A aula prática desse curso acontecerá no dia 04 de junho (sábado) das 8h às 12h, um dos pré-requisitos é a idade mínima de 18 anos, além disso o aluno deve ser alfabetizado.


Ou ainda para os interessados na área da bovinocultura de leite com o curso de Introdução ao Manejo de gado de Leite, a zootecnista e instrutora do Senar Ana Caroline vai explicar desde o nascimento da bezerra, até os cuidados para prevenir doenças, ela abordará ainda manejo sanitário, alimentar, de ordenha e ainda a genética. “Tudo para garantir a melhor produção de forma eficiente”, esclarece.


As aulas acontecem no período noturno, das 18h às 22h e são realizadas na plataforma online Google Meet, por isso é importante que o aluno tenha uma conta do Gmail.


Os alunos que concluírem o curso e forem aprovados, receberão certificado (disponível no Site do Senar até 15 dias após a conclusão do treinamento).


Inscrições
A quantidade de vagas é limitada a 20 pessoas em cada turma. As inscrições devem ser feitas através dos formulários disponíveis abaixo, de acordo com o curso que deseja fazer.

Introdução ao Manejo de gado de Leite
- Período da 1ª turma: 17 a 20 de maio
- Período da 2ª turma: 24 a 27 de maio
Inscrições: https://bit.ly/3wetKym


Introdução ao Manejo integrado de pragas e doenças dos citros
- Período: 18 a 20 de maio
Inscrições: https://bit.ly/3smIOZM


Uso correto e seguro de defensivos agrícolas: NR 31
- Período: 31 de maio a 04 de junho
Inscrições: https://bit.ly/3LSSaE9


Para mais informações acesse o site do Senar Sergipe: https://senarsergipe.org.br/

Fonte: Senar (https://www.clicksergipe.com.br/pais/2/75133/senar-sergipe-abre-inscricoes-para-cursos-online-nas-areas-de-fruticultura-e-gado-de-leite.html)

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Diversificação de forrageiras no Semiárido aumenta a produtividade e a resiliência à seca

Entre as gramíneas perenes, os capins Buffel Aridus, Massai (foto acima) e BRS Tamani apresentaram melhor desempenho médio.

Pesquisa desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com experimentos nos nove estados da Região Nordeste e na região norte de Minas Gerais, evidenciou benefícios de se diversificar a oferta de plantas forrageiras no Semiárido brasileiro. O projeto Forrageiras para o Semiárido, ao longo de três anos de atividade, mostrou resultados de produtividade e resiliência de espécies forrageiras testadas em 12 diferentes unidades de referência tecnológica (URTs).

No projeto, foram testadas 26 espécies, entre gramíneas perenes, gramíneas anuais, cactáceas e lenhosas. Entre as gramíneas perenes, os capins Buffel Aridus, Massai e BRS Tamani apresentaram melhor desempenho médio, com produtividade variando entre 15 e 20 toneladas de matéria seca por hectare a cada ano e resistência para formação de pastos. 

Entre as gramíneas anuais, usadas para compor reserva alimentar em forma de silagem, o sorgo BRS Ponta Negra produziu forragem para encher dois silos de 40 toneladas, em unidades onde a precipitação média foi de 600 mm anuais – uma silagem suficiente para ser fornecida a um rebanho de sete vacas durante 180 dias. O milheto BRS 1501, por sua vez, teve bom desempenho em condições ainda mais adversas: em regiões com precipitações anuais abaixo de 400 mm, ele chegou a produzir 18 toneladas de massa verde, reserva capaz de alimentar um rebanho de 33 cabras durante 180 dias.

Nas espécies lenhosas, usadas para compor bancos de proteína, leucena e gliricídia tiveram produtividade de 3 toneladas de matéria seca por ano. Já nas cactáceas, além de boa produtividade, os experimentos mostraram capacidade de resiliência: 99% dos materiais testados sobreviveram a condições adversas no Semiárido durante os três anos de projeto. 

De acordo com a pesquisadora Ana Clara Cavalcante, chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), todos esses indicadores são muito positivos, especialmente porque foram obtidos em condições de sequeiro – em locais com precipitação acumulada média menor que 600 mm por ano e onde as plantas forrageiras contam somente com água das chuvas como recurso hídrico – semelhantes à realidade da maioria dos produtores rurais no Semiárido brasileiro.

“Essa resposta tem essa magnitude porque foi utilizada tecnologia em práticas que permitem manter mais água de chuva no solo e na planta. A implantação de espécies lenhosas fez uso de hidrogel (quando adicionado às mudas, serve como uma reserva de água em períodos de estiagem). Para cactáceas, tivemos o uso de técnica de plantio em camaleão, que evita o contato direto da planta com a água e, ao mesmo tempo, permite o acúmulo de água no solo entre as linhas de palma”, destaca a pesquisadora.

Ingrediente-surpresa no cardápio: espécies lenhosas são fontes de proteína

Para além dos bons resultados de produtividade, os experimentos evidenciam a vantagem para os produtores rurais de diversificarem o uso de espécies em suas propriedades, mesclando plantas forrageiras para formação de pasto, reserva alimentar e silagem nos períodos de estiagem que, no Semiárido brasileiro, podem durar de seis a oito meses ao ano. Essa é a estratégia do chamado cardápio forrageiro, que combina diferentes plantas, de modo a aproveitar ao máximo o recurso hídrico para armazenamento em forma de forragem para os diversos usos pelos rebanhos e otimizar o uso da área disponível na propriedade para a produção de forragem.

Ana Clara ressalta que a estratégia de diversificação das plantas forrageiras nas propriedades é importante por garantir uma oferta de forragem mais estável ao longo do ano, evitando riscos de sazonalidade por conta da irregularidade das chuvas. Outra vantagem é reduzir o risco de perda de recursos alimentares por pragas e doenças, o que tem mais chances de acontecer nos monocultivos.

“O cardápio forrageiro possui plantas que mantêm a qualidade da forragem no campo, sem necessidade de colheita, como é o caso da palma. Outro ingrediente, o cultivo de gramíneas anuais em sequeiro, permite guardar água de chuva na forma de forragem como silagem, que não tem prazo de validade. Por fim, a base de produção está no pasto, nativo e cultivado, sendo esse último incrementado por espécies produtivas e adaptadas que têm poder de aumentar em até cinco vezes a oferta de forragem. O ingrediente-surpresa do cardápio são as espécies lenhosas que podem ser fonte de proteína, de sombra e até melhorar a qualidade do solo”, destaca.

Segundo a assessora técnica do Instituto CNA, Ana Carolina Mera, a experiência do projeto trouxe lições sobre o uso da diversidade de plantas forrageiras para minimizar os riscos das secas para os produtores rurais. “Estudar diferentes espécies de plantas forrageiras, considerando suas especificidades, e combiná-las de forma estratégica é fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável da pecuária no Semiárido”, afirma ela.

Forrageiras adaptadas a realidades locais

Os experimentos nas 12 unidades de referência tecnológicas evidenciaram que é necessário observar com atenção as realidades locais, pois o Semiárido brasileiro não é homogêneo, apresentando diversidade de condições ambientais em suas regiões. “As espécies avaliadas, materiais provenientes dos programas de melhoramento vegetal da Embrapa e de parceiros, foram testadas em diversos ambientes e comprovaram que determinadas características genéticas se manifestam melhor em condições específicas de solo e precipitação”, frisa a pesquisadora.

Com os trabalhos nas URTs, é possível indicar forrageiras mais adaptadas a realidades locais para implementação nas propriedades rurais, como alternativas para compor o cardápio forrageiro. Na URT em Tenório (PB), os testes indicaram bons resultados para espécies como o sorgo Ponta Negra (foto abaixo, 15,6 toneladas de matéria seca MS/hectare/ano), o capim BRS Piatã (18,6 toneladas MS/hectare/ano) e a cactácea Orelha de Elefante Mexicana (26,6 toneladas MS/hectare/ano).

“São resultados muito significativos. É perfeitamente possível alcançar produtividades até maiores. Nas visitas feitas à URT, em dias de campo ou a partir de lives, os produtores começaram a ver a importância da diversidade de plantas na propriedade, pois, com planejamento, obedecendo as janelas de plantio, e observando as culturas mais resistentes é perfeitamente possível ter várias opções de forragens na propriedade”, avalia Humberto Gonçalves, licenciado em Ciências Agrárias e técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural da Paraíba (Senar/PB) que acompanhou os trabalhos na URT. 

Já na URT de Montes Claros (MG), região do Semiárido mineiro, tiveram destaque, em termos de produtividade, o sorgo BRS 658 (24 toneladas de MS/hectare/ano), o capim Andropogon (10 toneladas MS/hectare/ano) e também a Orelha de Elefante Mexicana (19 toneladas MS/hectare/ano). Segundo a engenheira agrônoma Inez Silva, técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Minas Gerais (Senar/MG) que acompanhou os experimentos, são indicadores positivos para uma região com chuvas escassas e mal distribuídas, com longos períodos de estiagem e altas temperaturas. Esse desempenho traz, segundo ela, boas opções para a diversificação da oferta de forragem em âmbito local.

“A diversificação de forrageiras ajuda a minimizar os riscos. Com o melhor aproveitamento de cada grupo de plantas, cujas potencialidades se somam e permitem a autonomia dos produtores no processo de produção do alimento, conseguimos uma contribuição mais relevante para viabilizar a pecuária em qualquer sistema de produção do Semiárido, independentemente do tamanho da propriedade”, afirma Inez.

Com a palavra, os produtores

Ao longo dos três anos de projeto, produtores rurais do Semiárido brasileiro, ao visitar as URTs e acompanhar as experiências, passaram a introduzir a proposta do cardápio forrageiro em suas propriedades, sob acompanhamento de extensionistas do projeto. Vinícius Leite, criador de ovinos, suínos e aves da zona rural de Riacho das Almas (PE), conheceu o projeto Forrageiras para o Semiárido a partir de informações do portal da Embrapa e visitou a URT em São João (PE). A partir do contato, promoveu mudanças no manejo e inseriu novas culturas em sua propriedade.

“Comecei a tratar a palma forrageira como uma cultura, melhorando o seu manejo, implementei o Massai e montei um banco de proteínas, com gliricídia e leucena. A palma melhorou consideravelmente a sua produção, o capim Massai teve uma excelente rebrota e serviu como forrageira num sistema de piquetes e as leguminosas foram a suplementação necessária de proteínas”, destaca ele.



Em Sumé (PB), o produtor rural Luciano Sousa já produzia para reserva alimentar, com silagem à base de sorgo, palha de milho e cana que garante fornecimento para seu rebanho de cabras e vacas leiteiras durante o período seco. Mas a introdução da moringa e da gliricídia foi uma novidade recente, a partir do contato com equipe da Embrapa. “Aqui a gente conhecia bem a leucena, mas a gliricídia e a moringa são excelentes. Com elas, reduzi a necessidade de comprar alimento concentrado. A produtividade é muito boa. Você faz um corte agora, daqui a 15 dias já tem material novamente”, ressalta Luciano.

Cooperação para continuidade das ações

Para a continuidade do projeto Forrageiras para o Semiárido nos próximos três anos, foi firmada uma cooperação técnica entre a Embrapa e a CNA que iniciou em novembro de 2021 uma nova fase, com futura participação de animais em novas URTs. Lá, está sendo estudada a capacidade de resiliência de plantas forrageiras sob condições de pastejo de ovinos, bovinos de corte e novilhas de leite.

Nas URT’s da primeira fase do projeto, já instaladas, será iniciada uma nova etapa de estudos onde serão inseridos materiais inéditos para avaliação. Essas forrageiras serão selecionadas pelas equipes da Embrapa e técnicos do Senar/CNA. Também nessa segunda fase do projeto, as opções do cardápio forrageiro serão incluídas em um módulo do aplicativo Orçamento Forrageiro, para ajudar os produtores do Semiárido na escolha das espécies mais adequadas às suas condições climáticas.

Fonte: Embrapa

(https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/69510782/diversificacao-de-forrageiras-no-semiarido-aumenta-a-produtividade-e-a-resiliencia-a-seca)


sábado, 5 de março de 2022

Como enfrentar os desafios climáticos e aumentar a produtividade de grãos com o uso de inoculantes

O produtor rural brasileiro enfrenta diversos desafios climáticos ao longo da safra.  Ter uma plantação preparada para enfrentar longos períodos de escassez hídrica, por exemplo, pode reduzir os impactos sobre a produção.  

As soluções microbianas aprimoram a captação de nutrientes nas culturas e fazem, também, com que elas se tornem mais resilientes contra fatores geradores de estresse, tais como períodos de seca e calor. Essas soluções geram aumento nos rendimentos e oferecem diversos benefícios ambientais, já que, hoje, além de produtividade e lucro, o produtor rural deve também buscar meios mais sustentáveis para a sua produção. Estão disponíveis, por exemplo, linhagens de soja que são capazes de produzir o dobro da média nacional chegando a 6.000 kg/ha. A tecnologia e as novas formas de cultivar aumentaram notavelmente a produtividade.

Um exemplo de tecnologia que vem ganhando cada vez mais robustez no Brasil é o uso de inoculantes. De acordo com o último levantamento da ANPII – Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes, o Brasil produz, pelo menos, mais de 50 milhões de doses de inoculantes por ano, um recorde mundial, com um expressivo crescimento nos últimos anos. Isto significa a adoção plena da tecnologia por parte dos agricultores brasileiros, sempre atentos a técnicas que tragam maior rentabilidade em suas lavouras.

Os inoculantes são compostos por bactérias que auxiliam na fixação de nitrogênio na raiz. A aplicação dos produtos se faz nas sementes. Para que ocorra uma boa inoculação é preciso que cerca de 50 mil bactérias “grudem” em cada semente. Na aplicação de inoculantes líquidos é importante que o produtor verifique se toda a semente está recoberta com o produto. Por serem seres vivos exigem alguns cuidados no manuseio e no armazenamento, mas que valem a pena quando observamos todo o custo-benefício obtido. Além da redução de custos e do aumento da produtividade, os inoculantes minimizam o impacto no meio ambiente.

Um estudo publicado na International Journal of Life Cycle Assessment, uma das publicações científicas mais prestigiadas do mundo, apresentou os benefícios ambientais do Optimize PRO, um dos inoculantes mais utilizados no mundo. Foi constatado um aumento de 6% na produtividade, além de redução na emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) que pode chegar a 4% por tonelada na produção de soja.

Se o Optimize PRO e o JumpStart, outra tecnologia analisada no estudo, fossem usados em toda a soja e milho na Argentina e no Brasil, seria possível reduzir em 38 milhões de toneladas as emissões de dióxido de carbono, o que equivale às emissões anuais de 16 milhões de automóveis.

É possível mudarmos o modo como a agricultura tradicional é feita hoje, proporcionando mais lucratividade e sustentabilidade. A adoção de inoculantes na produção dos grãos pode contribuir para um mundo mais sustentável e, claro, para o seu bolso, produtor. É um caminho sem volta, e que você deve estar pronto para trilhar.

Gilberto Seixas Maia

Diretor de Operações Comerciais LATAM da Novozymes BioAg, líder mundial em soluções biológicas para agricultura

Fonte: Revista Cultivar

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Agricultura regenerativa: o uso do sistema biológico como caminho para redução de custos e aumento da produtividade

 


Na década de 80, o agricultor americano Robert Rodale começou a estudar os processos de regeneração dos sistemas agrícolas ao longo do tempo e criou o termo “agricultura regenerativa”. De lá para cá, a adesão a esse sistema agrícola, que tem por base o uso do sistema biológico do agroecossistema, tem se mostrado o caminho para redução de custos e o aumento da produtividade.

Para falar sobre esse assunto, o Engenheiro Agrônomo, Agricultor de Rio Verde/GO, membro do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS) e referência em agricultura regenerativa, Adriano Cruvinel, participou do “Encontro com Gigantes – Agricultura regenerativa: aprenda a trabalhar a lavoura como um sistema biológico”.

Qual é o princípio básico da agricultura regenerativa?

O princípio básico da agricultura regenerativa é implementar práticas agrícolas e de pastoreio que revertam as mudanças climáticas, reconstruindo a matéria orgânica do solo e restaurando a biodiversidade degradada.

É o que define a Regeneration International, organização sem fins lucrativos que promove a agricultura regenerativa.

Essa prática agrícola busca uma agricultura mais rentável, produtiva e sustentável, trazendo uma outra forma de abordagem dos agroecossistemas. Abordagem esta que trabalha todo o sistema biológico presente no campo como uma ferramenta a favor do agricultor, como ressalta Adriano Cruvinel:

“Nós precisamos trabalhar com toda a teia alimentar, juntamente com a parte química do solo, para que ela realmente funcione. Se pensarmos nos microrganismos do solo, nós precisamos oferecer materiais para que eles trabalhem e passem isso para as plantas, que vão retornar para o agricultor na forma de grãos. E por isso, é tão importante não utilizar práticas agressivas ao sistema biológico, como o Cloreto de Potássio (KCl) que é rico em cloro.”

Adriano Cruvinel  viu na agricultura regenerativa uma oportunidade para reduzir os custos da sua propriedade. Desde então, ele vem trabalhando com esse sistema de produção agrícola há 6 anos e percebeu que manejo regenerativo está trazendo novas possibilidades para o agronegócio da família.

Utilizando a tecnologia e referências profissionais do setor, ele conta que observou a constante evolução do seu sistema de produção a cada nova safra, com o aumento da produtividade e redução dos custos.

Redução esta que veio da economia com ações como:

  • A economia na aplicação de quase 35 mil litros/kg de inseticidas e fungicidas e aproximadamente 50 toneladas de fertilizantes químicos;
  • A redução no uso de mais de 80% dos produtos tóxicos ao meio ambiente;
  • A substituição dos fertilizantes convencionais por fontes de nutrientes que favorecem o sistema biológico do solo.

“Com os resultados que eu tive na primeira safra usando K Forte®, em substituição ao KCl, obtive a redução do custo, aumento da produtividade e ainda a não adição do cloro (água sanitária) no solo. Esse diferencial que o K Forte® trouxe nos proporcionou uma redução de custos de cerca de 62% na safra 21/22 em relação à safra 15/16, com média produtiva de 81 sacas/ha”, mencionou Adriano Cruvinel

Mas, como trabalhar a agricultura regenerativa na fazenda?

O trabalho com a agricultura regenerativa na prática

Adriano Cruvinel explica que um dos primeiros passos para se trabalhar com a agricultura regenerativa consiste na busca por referências profissionais e parceiros na área. Mesmo assim, ainda é necessário muito trabalho de toda a equipe envolvida para alcançar os resultados no longo prazo.

No caso da sua propriedade, ele menciona que até hoje já foram realizados mais de 60 ensaios na busca das melhores práticas e refinamento das técnicas para a realidade das suas lavouras:

“Para criar o sistema biológico, nós traçamos objetivos e diretrizes até 2030, que vêm sendo inseridos e testados de pouco a pouco na fazenda. Quando começamos, tínhamos ainda muito poucas referências para o que propúnhamos. Mas hoje, em cerca de 3 a 4 anos, você já consegue respostas bem positivas ao adotar a agricultura regenerativa praticando todos os seus princípios.”

Nesse percurso, também é importante que o agricultor conte com algumas ferramentas para monitoramento, tomada de decisão e implementação das técnicas mais adequadas. Para Adriano Cruvinel, o uso de dronesanálises foliares e químicas georreferenciadas e uso de biológicos foram práticas essenciais para a evolução das suas lavouras.

Dentre os diversos produtos biológicos inoculados na lavoura, ele destacou o uso de fungos e bactérias benéficas, como:

“Para a biologia nos mostrar o seu real potencial, ela também precisa da construção da parte química e física do solo. As análises químicas georreferenciadas, por exemplo, são uma base essencial para saber o que precisa ser incorporado ao solo para uma melhor resposta da lavoura”, ressaltou Adriano Cruvinel

Além disso, as práticas preventivas podem fazer muita diferença, principalmente no manejo de pragas e doenças.

Por exemplo, em um intervalo de quase 3 meses, mais de 6000 mil mariposas foram capturadas por armadilhas no entorno da propriedade de Adriano Cruvinel, evitando a disseminação de aproximadamente 2 milhões de lagartas na lavoura.

Por fim, Adriano Cruvinel concluiu ressaltando a importância do planejamento à longo prazo e de como os princípios da agricultura regenerativa podem trazer resultados surpreendentes:

“A nossa geração é a que mais grita por milagres, porque é a que mais quebra princípios. Quem quebra princípios, se torna mendigo de milagres. Agora quem pratica princípios, não precisa de milagre. É mais difícil, é mais trabalhoso, mas os resultados são melhores.”

Fonte: Blog Verde

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Agricultura de precisão: entenda como ela pode otimizar a adubação potássica



A agricultura de precisão pode se tornar uma importante ferramenta no planejamento e tomada de decisão do manejo nutricional da lavoura, especialmente, de nutrientes que são exigidos em grandes quantidades pelas culturas, como o potássio. Entenda mais sobre o que é a agricultura de precisão e como ela pode otimizar a adubação potássica!

O que é a agricultura de precisão?

A agricultura de precisão é uma ciência dentro da chamada agricultura 4.0 ou agricultura digital, que se dedica a estudar e desenvolver sistemas de gerenciamento agrícola que considerem as especificidades espaciais e temporais de cada ponto dentro de uma propriedade rural.

O manejo dessa variabilidade espacial e temporal dentro de um sistema de produção busca proporcionar o uso mais racional dos insumos agrícolas, proporcionando a redução das perdas e do impacto ambiental, além de melhorar a rentabilidade da lavoura.

Esse processo se dá de uma forma cíclica, que se inicia com a coleta dos dados, análises e interpretação das informações obtidas com o uso de tecnologias de informação, gerando as recomendações que serão aplicadas no campo e, posteriormente, culminando na avaliação dos resultados para que o ciclo mais uma vez se reinicie.

Washington Luiz, sócio fundador e administrador da Agrospeed, ainda ressalta que quanto mais ciclos vão passando, mais assertivas e precisas vão ficando cada uma dessas etapas.

Apesar do surgimento do termo ainda não ter completado meio século, as diversas constatações e observações científicas que levaram a sua criação datam desde o início do século XX.

Porém, foi somente no final da década de 1980 que surgiram os primeiros mapas de produtividade e as primeiras adubações automatizadas à taxa variável, na Europa e nos Estados Unidos, respectivamente.

O uso dessas novas tecnologias se tornou uma das bases que consolidaram a criação do Congresso Internacional de Agricultura de Precisão (ICPA) e posteriormente a Sociedade Internacional de Agricultura de Precisão (ISPA).

Uma década mais tarde, em 1990, a agricultura de precisão chegou ao Brasil com a importação de máquinas agrícolas com capacidade de fazer o mapeamento das propriedades agrícolas, especialmente de colheitadeiras equipadas com monitores de produtividade de grãos máquinas agrícolas.

As primeiras máquinas nacionais aplicadoras para taxas variáveis de granulados e pós foram fabricadas no início dos anos 2000, impulsionando o movimento brasileiro para a agricultura de precisão e diversas outras iniciativas, como:

  • Primeiro simpósio sobre agricultura de Precisão, realizado na Universidade de São Paulo, Campus Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz;
  • Primeiro Simpósio Internacional de Agricultura de Precisão (SIAP), realizado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV);
  • Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão (ConBAP), realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP);
  • Criação da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, um órgão consultivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) oficializado em 2012.

Hoje, tecnologias da agricultura de precisão, como o Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS), o sensoriamento remoto orbital, o Sistema de Informação Geográfica, o geoprocessamento e a aerofotogrametria, compõem um mercado com uma taxa de crescimento anual composta de mais de 10% e que podem atingir a marca de quase 9,5 bilhões de dólares em 2024.

Dados estes que foram apresentados pelo relatório Global Markets for Precision Farming, publicado pela BCC Research.

Mas, como esse aquecido setor que vem conquistando o mercado global e nacional pode potencializar os resultados obtidos com a adubação potássica nas lavouras?

A agricultura de precisão e a adubação potássica

A aplicação da agricultura de precisão possibilita uma abordagem mais inteligente dos processos envolvidos na produção agrícola, uma vez que ela está fundamentada no fato de que as lavouras não são uniformes no espaço nem no tempo.

Um exemplo claro dessa discrepância pode ser encontrado no artigo Fertilização potássica analisada economicamente com ferramentas de agricultura de precisão. Nesse estudo, Diego Schmidt Schossler e outros pesquisadores constataram uma expressiva variabilidade espacial dos teores de potássio do solo, com um coeficiente de variação mais de 20% nas duas safras, o que justificou o manejo localizado.




Mapa revelando a grande variabilidade espacial dos teores de potássio no solo. (Fonte: SCHOSSLER et al., 2011)

A criação dessa diferenciação espacial e temporal na coleta e tratamento de dados para o manejo cultural, permite um uso cada vez mais racional e otimizado de insumos agrícolas.

Isso porque o entendimento dos níveis de fertilidade do solo em cada parte da propriedade se torna mais aprofundado, permitindo cálculos cada vez mais precisos da quantidade de nutrientes que, consequentemente, reduzem as perdas por excesso de aplicação e desbalanceamento nutricional.

É o que notam os pesquisadores Rodolfo Bongiovanni e James Lowenberg-DeBoer, no artigo Precision agriculture and sustainability.

Ainda no artigo Fertilização potássica analisada economicamente com ferramentas de agricultura de precisão, Diego Schmidt Schossler e seus colegas pesquisadores conseguiram reduzir a 65% a aplicação em relação à exportação com potássio em áreas com teores acima do teor crítico da cultura da soja para obter a melhor relação custo/benefício.

Mas, será que são só os teores de potássio no solo que permitem um manejo mais otimizado da adubação potássica? Não, outro recurso que vem sendo muito utilizado pelos agricultores é o índice de vegetação com diferença normalizada, também conhecido por NDVI.

O NDVI é capaz de determinar o índice de vegetação ou vigor vegetativo de uma lavoura, através da mensuração da reflectância das folhas. Em condições adequadas, a refletância das folhas na faixa do espectro visível e alta reflectância no infravermelho próximo é menor do que daquelas submetidas à condições de estresses, como a falta de nutrientes por exemplo.

Logo, é possível orientar a adubação potássica através do índice de NDVI e torná-la mais eficiente.

No estudo Sensing development of a soybean canopy under p or k nutritional stress, Martin M. Navarro concluiu que houve uma correlação positiva entre NDVI com potássio foliar nos estádios iniciais de desenvolvimento da soja, sendo o início do estádio reprodutivo o ponto em que o NDVI foi mais sensível à deficiência de potássio.

Mas, para alcançar uma recomendação de adubação potássica otimizada com o uso das tecnologias da agricultura de precisão é preciso se atentar a representatividade e interpretação dos dados.

A importância do uso correto das tecnologias da agricultura de precisão para otimizar a adubação potássica

Dra. Roberta Nogueirol, pós-doutora em Fitotecnia e Bioquímica de Plantas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), ressalta que a recomendação de insumos mais assertiva parte do cuidado com a qualidade no uso das tecnologias da agricultura de precisão:

“Devemos ter cuidado em todo o processo para termos uma recomendação de insumos mais assertiva, desde a confecção da grade amostral à recomendação em si. Isso porque o manejo da fertilidade do solo depende de uma amostragem representativa e da interpretação correta dos dados obtidos, para que se possa tomar as decisões acertadas na condução da lavoura.”

Ela explica que uma amostra de solo, por exemplo, vai representar uma quantidade de solo aproximadamente 4 milhões de vezes maior, se for levado em consideração que os laboratórios utilizam apenas 5 cm3 de solo para cada determinação química.

Por isso, aspectos que vão desde o treinamento à escolha da metodologia correta para análise do solo são tão importantes para otimizar a adubação potássica através do uso das tecnologias da agricultura de precisão.


Fonte: VERDE Blog

8 de agosto é o Dia do Produtor Rural Sergipano

  Por Shis Vitória/Agência de Notícias Alese Pensando na importância que o agronegócio possui na cadeia produtiva e pela ligação com vários ...