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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Como o fósforo acumulado no solo pode chegar à planta

 

Melhor aproveitamento do fósforo pode gerar economia com fertilizantes de até US$ 20 bilhões nas próximas décadas.

Equilibrar o nível de fósforo (P) na lavoura é um dos desafios à produtividade atrelada à sustentabilidade agrícola. De acordo o professor Paulo Pavinato, do departamento de Ciência do Solo, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o P é um dos nutrientes mais limitantes ao crescimento de plantas nos solos brasileiros. “Em geral, o problema não é a baixa concentração de P no solo, e sim, a baixa disponibilidade desse P às plantas. Grande parte (cerca de 70%) do P aplicado via fertilizantes (mineral ou orgânico) é acumulado no solo em formas pouco ou não acessíveis às plantas. Este P acumulado ou residual é conhecido como legacy P”.

Pavinato liderou um estudo, no qual verificou-se que desde os anos de 1960, cerca de 33,4 milhões de toneladas de P foram acumuladas nos solos agrícolas brasileiros. Segundo o estudo, essa quantia representa um acúmulo de 1,6 milhões de toneladas de P por ano nesta última década, e se seguirmos nesse ritmo serão mais de 100 milhões de toneladas acumuladas até 2050.

Manejo

Para os pesquisadores, a adoção de estratégias de manejo como calagem, sistema plantio direto com rotação de culturas, sistemas integrados, variedades melhoradas e inoculação de microorganismos solubilizadores de P podem proporcionar melhor aproveitamento desse P acumulado no solo. “Ações nesse sentido poderiam gerar uma economia de fertilizantes fosfatados na ordem de US$ 20 bilhões nas próximas décadas. Estes números chamam a atenção, e ilustram o enorme potencial que ainda temos para tornar a agricultura brasileira ainda mais eficiente, rentável e sustentável”, complementa o professor Maurício Cherubin, também do departamento de Ciência do Solo, um dos autores do estudo.

O artigo, intitulado Revealing soil legacy phosphorus to promote sustainable agriculture in Brazil, contou com a colaboração de pesquisadores da Bangor University – UK e pode ser acessado no link. A pesquisa contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Fonte: Grupo Cultivar 

Mapa publica extensão de uso de mais 17 defensivos agrícolas para pequenas culturas

 

As minor crops são culturas importantes pois estão presentes nas mesas dos cidadãos do mundo todo, sendo muitas vezes culturas de alto valor agregado, como frutas, hortaliças, leguminosas e outras. - Foto: Wenderson Araujo/CNA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), aprovou a extensão de uso de mais 17 defensivos agrícolas para as culturas de suporte fitossanitário insuficiente (CSFI), também conhecidas como minor crops (pequenas culturas). A autorização foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 20 de outubro, no Ato n° 58 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária. 

Para as culturas do amendoim, ervilha, feijões, grão-de-bico e lentilha são seis extrapolações de uso de diferentes ingredientes ativos - cloridrato de cartapelambda-cialotrina e diafentiurom e as misturas de dinotefuram com piriproxifemazoxistrobina com mancozebe, e lambda-cialotrina com clorantraniliprole -, porém são ingredientes que já tinham registro de pelo menos uma dessas culturas. 

O produto à base de Boscalida foi o que teve o maior número de inclusões de culturas em sua recomendação de uso, que conforme o agrupamento das CSFI, vai desde as frutas de casca não comestível, passando pelo grupo das frutas que possuem casca comestível, o das raízes e tubérculos, o das hortaliças folhosas e ervas aromáticas, até o grupo das leguminosas e oleaginosas. 

As culturas das hortaliças folhosas, além do produto já citado, foram contempladas com um fungicida que é uma mistura de fluxapiroxade com piraclostrobina para controle, principalmente, de mancha preta (Alternaria brassicae) e mal das folhas (Septoria lactucae). Outras pequenas culturas também tiveram a recomendação de uso incluída nesse produto. 

Nas culturas de milheto e sorgo foram incluídos produtos à base de carfentrazona-etílica e da mistura de clorantraniliprole com lambda-cialotrina. Já as culturas de batata-doce, batata-yacon, beterraba, cará, gengibre, inhame, mandioca, mandioquinha-salsa, nabo e rabanete foram contempladas com a extrapolação de uso de um produto à base de clorotalonil

A cultura da melancia ganhou um inseticida à base de teflubenzurom para controle de broca dos frutos (Diaphania nitidalis) e lagarta mede-palmo (Trichoplusia ni). Já para a uva foi um à base de lambda−cialotrina

Um produto cujo ingrediente ativo é captana que já era recomendado para cebola, pêssego e uva teve mais alvos biológicos incluídos em sua indicação de uso dessas culturas. O mesmo aconteceu com um produto à base de glufosinato – sal de amônio para a cultura da cevada. As frutas ameixa, cacau, nectarina, pera, pêssego, seringueira e uva que já possuem o uso do Glifosato autorizado, agora contam com mais um produto comercial com esse princípio ativo.  

Também foram incluídas na liberação de uso as CSFI que não são de uso alimentar. Neste caso, as plantas ornamentais foram contempladas com um produto à base de lambda-cialotrina com clorantraniliprole e a Duboisia, que é uma planta de uso medicinal da qual é extraído o princípio ativo do medicamento conhecido como ‘Buscopan’, teve a inclusão de dois produtos, sendo um à base de Clorotalonil e outro à base de fipronil

Segurança

Com as extensões aprovadas hoje, os produtores dessas culturas agora poderão utilizar esses produtos conhecendo as doses corretas para proteger seus cultivos e com a garantia de que esses alimentos serão seguros para o consumo. Recentemente, o Mapa já havia aprovado a extensão de uso de três defensivos agrícolas para as culturas minor crops

Por serem plantadas em áreas menores em comparação às grandes culturas, como soja e milho, as minor crops não apresentam atratividade econômica para a pesquisa privada no desenvolvimento e recomendação de pesticidas, o que dificulta a disponibilidade de produtos para o controle de pragas, sendo um problema para os agricultores dessas culturas. Entretanto, são culturas importantes pois estão presentes nas mesas dos cidadãos do mundo todo, sendo muitas vezes culturas de alto valor agregado, como frutas, hortaliças, leguminosas e outras.

A extensão de uso de defensivos agrícolas para as culturas de suporte fitossanitário insuficiente é o resultado de uma política governamental e ações em parceria com a academia, produtores rurais e indústria. 

O Ato publicado também traz diversas alterações de pós-registro dos defensivos agrícolas já registrados. 

Fonte: Grupo Cultivar 

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Transformação digital contribui para gestão no campo

 

Tecnologias também apoiam do planejamento à comercialização da safra. - Foto: Wenderson Araujo/CNA

A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou o primeiro levantamento da Safra 2020/21. A entidade estima que cerca de 268,7 milhões de toneladas de grãos serão colhidos, 11 milhões a mais que a última safra. O estudo aponta também o aumento da área cultivada, a expectativa é que cerca de 66,8 milhões de hectares sejam plantados neste ano, cerca de 879 mil hectares a mais que a última safra.  

Um dos fatores que contribui para o alcance destes números é a transformação digital no campo. Produtores rurais investem cada vez mais na agricultura digital, que promove inovação no agronegócio, com tecnologias que elevam a produtividade e proporcionam um maior controle sobre a gestão e produção de cultivos, quase que em tempo real.  

Tecnologias apoiam do planejamento à comercialização da safra  

A transformação digital pode ser aplicada em todas as etapas da cadeia agrícola e no campo ela vem sendo um grande apoio para um melhor gerenciamento de fazendas. O produtor rural quer crescer de acordo com as expectativas da Conab e para isso ele busca soluções tecnológicas que o apoiam no planejamento agrícola, gestão financeira e controle de custos. O agricultor está buscando controle operacional da sua fazenda em softwares, desenvolvidos exclusivamente para o agronegócio e que levam tecnologia ao campo.  

O Grupo Siagri, empresa que desenvolve tecnologia para o campo. Os softwares da companhia gerenciam mais de 1,7 milhão de hectares no Brasil e o diretor de serviços da empresa, Eduardo Purcena, avalia que os mais de 40 mil usuários podem ter ganhos efetivos, como a otimização de processos e fácil acesso a indicadores estratégicos. A solução permite que o produtor rural controle desde a compra de insumos até a comercialização dos grãos colhidos.  

“A transformação digital foi capaz de levar ao campo controle administrativo e operacional da fazenda, que é um negócio importante e precisa de uma gestão completa. O agricultor além de rentabilidade quer também controle fiscal, financeiro e conformidade com as legislações como o Livro Caixa do Produtor Rural. Graças a inovação tecnológica, as empresas como o Grupo Siagri vêm proporcionando isso ao produtor rural”, avalia Purcena.   

Transformação digital: monitoramento em tempo real  

Além do controle operacional da fazenda, a transformação digital é uma importante aliada no monitoramento da propriedade rural. Eduardo Purcena conta que o acompanhamento da lavoura pode ser um desafio para o agricultor e graças a tecnologia ele vem sendo superado. “O ERP do Grupo Siagri destinado à gestão de fazendas permite que o produtor rural acompanhe em tempo real o andamento dos seus cultivos. Por talhão, o agricultor consegue visualizar as aplicações feitas na lavoura. Isso ajuda no controle dos insumos e na tomada de decisões na fazenda.

Fonte: Grupo Cultivar

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Sergipe deverá ter maior safra de milho dos últimos 10 anos, segundo IBGE

 Seagri comemora resultado, que mantém Sergipe como 4º maior produtor do Nordeste

Dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), publicado pelo IBGE no último dia 8 de outubro, mantém a estimativa de 847.797 toneladas de milho para a safra 2020 em Sergipe. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), se a previsão se confirmar, será a maior safra dos últimos de 10 anos, representando um aumento de 29,9% da produção em relação ao ano passado. O recorde também será contabilizado no rendimento médio de 5.509 kg/ha, que significa maior produtividade. A área colhida (154.893 ha) também será 11,8% maior que o ano passado.


De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, André Luiz Bomfim, o resultado engrandece a agropecuária sergipana, colocando o estado como o 4º maior em produção (depois de Bahia, Piauí e Maranhão); e o 1º em rendimento médio (produtividade) na região Nordeste. “Mesmo em período de pandemia da Covid-19, o setor mostra sua força. Além das excelentes condições climáticas que favoreceram o plantio de milho, a força do trabalhador sergipano, as políticas públicas e incentivos concedidos pelo governo de Sergipe contribuíram para o resultado”, avalia.

André Bomfim destaca que os incentivos têm alcançado grandes, médios e pequenos produtores. “Para os grandes e médios produtores que comercializam grãos para atacadistas, o governo reduziu ICMS de 12% para 2% nas operações comerciais internas e interestaduais. Destaco o serviço importante de assistência técnica e extensão rural feito pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). Outro incentivo é a distribuição de 34,8 toneladas de sementes de milho, para agricultores familiares residentes nos municípios maiores produtores do Sertão e Agreste sergipanos, este ano, adquiridas através de parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e com a empresa Di Solo, distribuidora de sementes certificadas. Importante dizerque parte do milho produzido pelo pequeno e médio agricultor vai para alimentação animal, fortalecendo ainda mais a bacia leiteira no estado e criando uma sinergia importante entre os setores agrícola e pecuário”, explica o secretário.

A redução da alíquota do ICMS do milho em grãos está trazendo resultados positivos tanto para a arrecadação do Estado quanto para agricultores, como Ana Celma, do assentamento São Jorge, em Porto da Folha. “O governo deu esse incentivo e enviou as sementes de milho crioula. Nós complementamos com uma semente que já tínhamos e plantamos 15 tarefas. Se fosse colher todo, daria de 20 a 25 sacas por tarefa, mas como vamos tirar apenas uma parte para a semente do próximo ano, a maior parte vai para ração dos animais, porque aqui trabalhamos com gado de leite. Está aqui a prova do nosso trabalho e da ajuda do governo, o resultado da colheita trazendo dois benefícios, a semente que selecionamos das melhores espigas e guardamos para a safra do próximo ano e, a ração para os animais, uma ração natural, de baixo custo e boa qualidade”, conta.

O agricultor Pedro Ferreira mora no Jacinto Ferreira, no município de Carira, e também celebra a estimativa da safra. Ele não abriu mão de utilizar a produção de milho para garantir uma reserva alimentar para seu rebanho. “Recebi as sementes doadas pelo governo e completei as minhas 20 tarefas com o plantio de milho. Aqui a gente tritura o milho com a palha e faz a silagem para alimentar nossos bichinhos”, conta. Carira está entre os municípios maiores produtores do grão, segundo o acompanhamento conjuntural da cultura do milho realizado pela Emdagro. Também se destacam os municípios de Simão Dias e Frei Paulo. Em 2019, Simão Dias produziu 186 mil toneladas, Carira 138 mil e Frei Paulo 72 mil. A soma dos três municípios representa 60% do total de grãos de milho produzidos em Sergipe na safra anual.

Fonte: Seagri

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Brasil vai investir em tecnologia espacial no agro

 As tecnologias espaciais são fundamentais para a agricultura, pecuária e aquicultura de precisão



O Brasil vai trabalhar para estimular o alcance e desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços espaciais no agronegócio de forma a incentivar ainda mais a qualidade e produtividade no setor. Um acordo neste sentido foi assinado nesta quarta-feira (7) entre o Ministério da Agricultura e a Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

O acordo visa atingir a iniciativa privada, a academia, os institutos de ciência e tecnologia e os demais atores relevantes do Sistema Nacional de Desenvolvimento de Atividades Espaciais (Sindae) e quer promover a expansão do uso de produtos e serviços espaciais no setor agropecuário brasileiro, fomentar a aquisição de produtos e de serviços espaciais no ambiente rural, estabelecer ações para que o Brasil se torne um exportador de soluções tecnológicas e espaciais com aplicação no setor e formar e capacitar recursos humanos qualificados.

A expectativa é de ganhos para os dois setores e de aumento da produção sustentável, produzir mais com menos e usar menos defensivos. “Faremos tudo o que pudermos como uma infraestrutura que ajude o Mapa e todas as entidades relevantes nesse processo a trabalharem melhor”, declarou o presidente da AEB, Carlos Moura.

As tecnologias espaciais são consideradas fundamentais para a agricultura de precisão, pecuária de precisão e aquicultura de precisão. Possibilita sistemas de coleta de dados e conexão com a internet das coisas e foco na conectividade rural. “Fazer o entendimento aéreo espacial no Brasil, conhecer nosso território, solo e clima vai fazer com que aumente ainda mais a produtividade sem agredir o meio ambiente. O Brasil é uma potência agroambiental”, comentou o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo.

Fonte: Agrolink

Quais as vantagens do uso de adjuvantes e assistência de ar na pulverização

 
Avaliação mostra que uso de adjuvante na calda e assistência de ar na barra do pulverizador são ferramentas que auxiliam na redução de deriva.

O crescente aumento da população mundial trouxe consigo um grande desafio para a agropecuária, produzir mais alimentos em menor tempo e com qualidade suficiente para atender às exigências do mercado. Tal desafio somente é possível utilizando boas práticas agrícolas e tecnologias, desde o preparo do solo à colheita e transporte da produção. 
Nesse contexto a aplicação de defensivos agrícolas ocupa lugar de destaque, tanto pelo apelo fitossanitário das lavouras como pelo meio ambiente. Sobre essa operação agrícola é comum que produtores levem em consideração, na maioria das vezes, somente o produto a ser aplicado, deixando em segundo plano a operação de aplicação propriamente dita, ignorando que a eficiência dos produtos depende diretamente da correta deposição das gotas no alvo desejado.
A tecnologia de aplicação auxilia nesta tarefa, possibilitando, a partir de um conjunto de conhecimentos, que as aplicações ocorram em condições ambientais adequadas, espectro de gotas com menor risco de deriva, segurança ambiental e viabilidade econômica.
Em culturas como a soja, que produzem elevada massa foliar e adensam bastante entre plantas e linhas de semeadura, é problema prático fazer com que as gotas de pulverização cheguem até o terço inferior das plantas, especialmente cobrindo as folhas mais baixas, onde doenças se desenvolvem com presteza. Como possibilidade de melhorar essa situação, são disponibilizados pelo mercado produtos adjuvantes, pulverizadores com assistência de ar, dentre outras tecnologias para aplicação de defensivos.
Tanto adjuvantes como assistência de ar nas barras do pulverizador são fatores que possivelmente influenciam o espectro de gotas de pulverização. Sendo assim, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Brasília realizou um trabalho para estudar a influência desses fatores na aplicação de defensivos agrícolas no terço inferior de plantas de soja.
O trabalho foi realizado durante a safra 2018/2019 pela equipe do Laboratório de máquinas e mecanização agrícola da Fazenda Experimental Água Limpa - Lamagri, pertencente à Universidade de Brasília. Para avaliar o espectro de gotas de pulverização no terço inferior da cultura da soja, cultivar AS3680, foi utilizada calda com e sem adjuvante, e feita aplicação com e sem assistência de ar na barra do pulverizador, perfazendo quatro tratamentos com seis repetições cada, distribuídos aleatoriamente em 24 parcelas com 140m2 cada.                          
Os tratamentos foram identificados por: T1 (calda sem adjuvante e com assistência de ar na barra de pulverização); T2 (calda sem adjuvante e sem assistência de ar na barra de pulverização); T3 (calda com adjuvante e com assistência de ar na barra de pulverização); T4 (calda com adjuvante e sem assistência de ar na barra do pulverizador).
As médias das condições meteorológicas de temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento durante a realização do ensaio foram respectivamente 29,2°C, 41,5% e 8,1km/h.               
O adjuvante utilizado foi o Agrinor Multfix Espalhante Adesivo. Conforme informações da bula, o produto é um concentrado emulsionável composto por hidrocarbonetos não iônico, 920g/L de óleo mineral e 80g/L de ingredientes inertes. O pulverizador foi o modelo Falcon Vortex AM14, equipado com sistema Vortex de assistência de ar na barra e 29 pontas de pulverização modelo ADI110015 espaçadas em 0,5m. A velocidade de deslocamento do ar pelo sistema Vortex foi de 2,2m/s, medida com anemômetro descrito, a velocidade operacional foi de 6km/h e a taxa de aplicação foi de 0,75L/min (equivalente a 150L/ha).
A calda de pulverização foi formulada com água + adjuvante, sendo a dosagem do adjuvante referente à concentração de 1% do volume de calda, conforme recomendação da bula do produto. A calda foi aplicada com a cultura da soja em estágio de desenvolvimento R7, altura média de 75cm, e para avaliações de diâmetro mediano volumétrico das gotas (DMV), amplitude relativa (AR) das gotas e cobertura do alvo, foram utilizados papéis hidrosensíveis de dimensões 76mm x 26mm. Foram distribuídos 14 papéis por parcela, fixados sobre o limbo superior das folhas de soja, no terço inferior das plantas. Os papéis amostrados foram digitalizados com resolução 1.200dpi e submetidos a análises de imagem pelo programa computacional Gotas (Embrapa, 2015).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Os resultados são apresentados na Figura 1 e Tabelas 1 e 2.
Figura 1 - Diâmetro mediano volumétrico das gotas (DMV) com e sem adjuvante, com e sem assistência de ar na barra
Figura 1 - Diâmetro mediano volumétrico das gotas (DMV) com e sem adjuvante, com e sem assistência de ar na barra

Os resultados de diâmetro mediano volumétrico das gotas (DMV) indicam aumento do tamanho de gotas utilizando adjuvante na calda de pulverização. Com adjuvante, o DMV das gotas foi 8,26% maior que o obtido sem adjuvante. Os resultados podem ser compreendidos em função de o adjuvante atuar como espalhante, desta forma as gotas contendo o produto tendem a abranger maior superfície de contato sobre o alvo, portanto maior DMV das gotas e cobertura do alvo. Além disso, o adjuvante tende a aumentar a viscosidade da calda, consequentemente, o DMV das gotas aplicadas.

Em se tratando da aplicação com e sem assistência de ar na barra, não foram verificadas diferenças para o DMV. O resultado demonstra que a ferramenta não influencia o espectro de gotas, pois a tecnologia de assistência de ar na barra é fundamentada na formação de uma cortina de ar “soprado” em alta velocidade e incidida sobre o jato de pulverização. Tal cortina tem por finalidade aumentar a velocidade de deslocamento vertical das gotas e não alterar o espectro de gotas geradas pelas pontas.

Os resultados mostraram que os adjuvantes ajudam na homogeneização do tamanho das gotas e a assistência de ar na barra de pulverização auxilia na diminuição da deriva e na cobertura de produto
Os resultados mostraram que os adjuvantes ajudam na homogeneização do tamanho das gotas e a assistência de ar na barra de pulverização auxilia na diminuição da deriva e na cobertura de produto
Comparando as formas de aplicação para efeito na amplitude relativa do tamanho de gotas (Tabela 1), os menores valores foram obtidos com assistência de ar na barra. Com assistência, a amplitude relativa de gotas foi 7,3% e 5,6% menor que sem assistência, utilizando e não utilizando adjuvante, respectivamente, indicando ligeira vantagem ao uso de adjuvante.
Analisando somente a presença ou não de adjuvante na calda, notou-se que independentemente se a aplicação é sem ou com assistência de ar, o uso de adjuvante favorece menor amplitude relativa das gotas. Na aplicação sem assistência de ar a amplitude relativa das gotas com adjuvante foi 6,8% menor que sem adjuvante, e na aplicação com assistência de ar a presença de adjuvante reduziu a amplitude relativa em 8,4%.
Conforme explicam diversas pesquisas, quanto maior o valor de amplitude relativa das gotas, maior é a faixa de tamanho das gotas pulverizadas. Espectro de gotas homogêneo tem valor de amplitude relativa que tende a zero, traduzindo uniformidade de gotas e seguridade ao desejável quando escolhida a ponta de pulverização. Sendo assim, é possível destacar que a amplitude relativa das gotas pela interação entre aplicação com assistência de ar na barra + adjuvante na calda, possibilita condição de aplicação com espectro de gotas mais uniforme e, esse resultado analisado conjuntamente com o resultado de DMV, indica população de gotas com tamanho característico de 341,24µm. De acordo com a norma S572 (Asae, 1999), de classificação de gotas por tamanho do DMV, 341,24µm são classificadas na categoria de gotas médias.
Em se tratando de cobertura do alvo (Tabela 2), os resultados demonstraram que tanto a forma de aplicação como a presença de adjuvante diferenciaram a porcentagem de cobertura do alvo.
Com assistência de ar na barra, a cobertura do alvo foi 42,1% e 38,7% maior que sem assistência, utilizando calda com e sem adjuvante, respectivamente, indicando vantagens ao uso da cortina de ar durante a aplicação. Comparando os tipos de calda, os resultados demonstraram vantagem significativa para o uso de adjuvante, sendo a cobertura 51,7% e 48,9% maior que sem, utilizando aplicação com e sem assistência de ar, respectivamente. 
Conjunto mecanizado com assistência de ar na barra pulverizadora utilizado no experimento
Conjunto mecanizado com assistência de ar na barra pulverizadora utilizado no experimento
A maior cobertura do alvo, 40,22%, obtida pela interação entre aplicação com assistência de ar na barra + adjuvante na calda, pode ser compreendida correlacionando os resultados da Figura 1, em que o adjuvante eleva o DMV das gotas e consequentemente é reduzido o risco de perdas para o ambiente, proporcionando maiores chances de elas atingirem o alvo e cobrirem o mesmo. Enfim, adjuvante na calda aumenta a possibilidade de maior quantidade de gotas depositarem no alvo.
A presença de assistência de ar na barra possibilita maior cobertura do alvo em função de favorecer o deslocamento/transporte das gotas até ele. Além da cortina de ar incrementar velocidade de deslocamento às gotas, ela favorece a turbulência de ar com gotas entre as folhas da cultura, mesmo as mais internas e baixeiras, possibilitando maior penetração e distribuição de gotas nas plantas, traduzindo em maior cobertura do perfil vertical da lavoura.
Com o trabalho, conclui-se que a combinação entre adjuvante na calda e assistência de ar na barra do pulverizador é ferramenta possível para a redução do risco de deriva, e que a interação entre esses proporciona espectro de gotas mais homogêneo e maior cobertura do alvo.

Arthur Gabriel C. Lopes, Pedro Sérgio R. Moura, Tiago Pereira da S. Correia e Francisco Faggion, UnB; Leandro Augusto F. Tavares, UFVJM/Unaí-MG

Fonte: Grupo Cultivar 

sábado, 3 de outubro de 2020

Avaliação de velocidade com semeadoras mecânicas e pneumáticas

 

Ultrapassar os limites estabelecidos de velocidade pode causar falhas no estande de plantio.

Um dos grandes gargalos na qualidade de semeadura da cultura da soja está relacionado com cuidados na regulagem e manutenção da semeadora. A uniformidade de distribuição das sementes ao longo do sulco afeta diretamente a boa produtividade de todas as culturas.

Um grupo de pesquisadores, formado de uma parceria entre Aprosoja Mato Grosso, Embrapa Milho e Sorgo e o Grupo de Plantio Direto (GPD) da FCA/Unesp Botucatu (SP), avaliou a qualidade de semeadura de soja em diferentes regiões do estado do Mato Grosso, o principal estado produtor de soja do Brasil. Os dados foram coletados pelas equipes da Aprosoja e Embrapa durante o Circuito Tecnológico – Etapa Soja em 2018.

Em levantamento realizado no estado do Mato Grosso após o início da safra 2018/2019, notou-se que 27% dos produtores tinham qualidade de semeadura com espaçamento entre sementes aceitáveis abaixo de 50%, sendo isso preocupante em termos de boas produtividades.

Durante o processo de implantação de uma lavoura, os aspectos mais relevantes para o sucesso estão relacionados ao desempenho da semeadora-adubadora, como o corte eficiente da palhada, abertura do sulco, dosagem do fertilizante, deposição das sementes na quantidade e na profundidade corretas e, principalmente, a velocidade de plantio.

Pesquisas e observações a campo mostram que as semeadoras, quando em altas velocidades (acima do recomendado), retiram o caráter de precisão, reduzindo, dessa forma, a qualidade de semeadura e aumentando o índice de espaçamentos múltiplos e falhos. Assim, segundo dados da literatura, a velocidade ideal para semeadoras de dosador pneumático seria de 6km/h, tendo como tolerável dependendo das condições do campo, de se trabalhar até a 7,5km/h sem afetar a precisão de distribuição. Para o sistema dosador mecânico (disco horizontal) recomenda-se trabalhar com velocidade de 5km/h, tendo como tolerável, dentro das condições do campo, velocidade de até 5,5km/h.

Semeadoras pneumáticas são mais eficientes na deposição de sementes e podem trabalhar em velocidades maiores que as convencionais
Semeadoras pneumáticas são mais eficientes na deposição de sementes e podem trabalhar em velocidades maiores que as convencionais

Semeadoras dotadas de dosadores pneumáticos (a vácuo) possuem geralmente qualidade superior na distribuição longitudinal de sementes quando se comparadas ao dosador mecânico (disco horizontal), na mesma velocidade. É importante ressaltar que, aumentando a velocidade do conjunto trator-semeadora, a precisão na deposição das sementes é prejudicada exponencialmente em ambos os dosadores.

Um levantamento realizado em lavouras de soja no estado do Mato Grosso, com aproximadamente 180 máquinas, revelou que 35,75% semeiam suas áreas com semeadora mecânica e 64,25% utilizam a semeadora pneumática (Gráfico 1) e, ainda, 20,32%% dos produtores realizam a semeadura com a velocidade recomendada para cada sistema dosador.

Gráfico 1 - Modelos de semeadoras utilizadas no Mato Grosso informadas no Circuito Tecnológico – Etapa Soja, coordenado pela Aprosoja MT
Gráfico 1 - Modelos de semeadoras utilizadas no Mato Grosso informadas no Circuito Tecnológico – Etapa Soja, coordenado pela Aprosoja MT

No dosador mecânico (Tabela 1), os dados apontam que mais de 80% dos produtores semeiam a sua safra com velocidades acima da faixa de velocidade tida como tolerável para esse sistema dosador. Nas semeadoras pneumáticas (Tabela 2), nota-se que 31% dos produtores trabalham em velocidades acima do tolerável.

Além da velocidade para ambos os dosadores, foi feito o levantamento da qualidade de semeadura (espaçamentos aceitáveis, múltiplos e falhos), avaliando a eficácia da distribuição desses dosadores. Altas velocidades fazem com que as sementes se choquem contra as paredes do tubo condutor, alterando seu tempo de queda, interferindo diretamente no espaçamento entre elas no sulco de semeadura. Além da interferência na deposição, outro ponto que a velocidade interfere é no revolvimento de solo na abertura do sulco, comprometendo a distribuição e a profundidade de semeadura.

No sistema dosador mecânico, o índice de plantabilidade (Tabela 3) revela que 62,50% dos produtores possuem uma qualidade de distribuição de sementes entre 50% e 70% dos espaçamentos aceitáveis e que 37,50% possuem abaixo de 50%. Isso reforça que há uma grande margem de espaçamentos múltiplos ou falhos, comprometendo diretamente a produtividade.

Mais de 30% dos produtores entrevistados trabalham acima da velocidade máxima indicada para o plantio
Mais de 30% dos produtores entrevistados trabalham acima da velocidade máxima indicada para o plantio

Nas semeadoras pneumáticas (Tabela 4), o índice de plantabilidade é mais satisfatório, mostrando que 13% das semeadoras possuem uma precisão na distribuição de sementes superior a 70%. E menos de 19% com resultados inferiores a 50%.

A distribuição incorreta das sementes ao longo do sulco compromete o desenvolvimento inicial das plantas, acarreta no menor aproveitamento dos recursos como água, nutrientes, luz etc. Plantas múltiplas geram competição entre as plantas, causando o estiolamento e a diminuição no pegamento de vagens. Existem outros problemas, como competição por luz, menos ramificações, com produção individual reduzida, menor diâmetro de haste, deixando as plantas mais propensas ao acamamento. As falhas são ausência de plantas no campo, possibilitando o desenvolvimento de plantas invasoras, muitas delas de difícil controle, como a buva (Conyza bonariensis) e o capim-amargoso (Digitaria insularis).

Atrelado aos problemas de manutenção e regulagem, a velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora é um dos principais pontos de interferência na distribuição longitudinal de sementes ao longo do sulco. Por isso, problemas de regulagem da semeadora no disco de corte, pressão no carrinho e profundidade de semente são potencializados pela velocidade excessiva.

Autores compararam a eficiência de semeadoras pneumáticas e semeadoras mecânicas
Autores compararam a eficiência de semeadoras pneumáticas e semeadoras mecânicas

Emerson Borghi, Embrapa Milho e Sorgo; Paulo Roberto Arbex Silva, Júlio César Santos Pereira, Luiz Henrique Menck Rusconi, Unesp; Murilo Alves Moreira, LDC

Fonte: Grupo Cultivar

8 de agosto é o Dia do Produtor Rural Sergipano

  Por Shis Vitória/Agência de Notícias Alese Pensando na importância que o agronegócio possui na cadeia produtiva e pela ligação com vários ...