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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Plantas ´conversam` com micróbios benéficos para afastar patógenos

 



Plantas de trigo se “comunicam” com microorganismos benéficos que envolvem suas raízes para terem acesso a mais nutrientes do solo e obterem maior proteção contra doenças fúngicas. É o que comprovaram pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e da Esalq/USP, em experimentos conduzidos ao longo de 2021 com o apoio da Fapesp.

Em busca de um manejo mais sustentável, agora os pesquisadores querem, com novos experimentos, entender os padrões e relações que se estabelecem entre esse microbioma, o solo e bactérias benéficas eventualmente inoculadas.

Sabendo que o microbioma da rizosfera fornece serviços ecológicos ao hospedeiro, incluindo nutrição e proteção contra doenças, cientistas buscaram descobrir se plantas de trigo mudariam o padrão da exsudação da raiz, para acessar os recursos fornecidos por esses microrganismos antagônicos, ante a infecção por um patógeno transmitido pelo solo, o fungo Bipolaris sorokiniana.

Para isso, testaram o impacto de três bactérias benéficas – StreptomycesPaenibacillus e Pseudomonas -, antagônicas ao patógeno, no início da doença, para entender como a planta hospedeira e os micróbios benéficos se comunicam para afastar o patógeno da rizosfera.

“Testamos a inoculação independente dos três isolados bacterianos em mudas de trigo inoculadas ou não com o fungo patógeno. O índice de severidade foi o mais alto (93%) em plantas inoculadas exclusivamente com o patógeno (tratamento controle). Em plantas inoculadas com a bactéria antagonista e com o patógeno, o índice de severidade variou de 50 a 62%, mostrando uma diminuição significativa na incidência da doença em comparação com o controle tratamento”, explica Helio Quevedo, da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

“Usamos o isolamento bacteriano da rizosfera, seguido de triagem in vitro. Os inoculantes selecionados são capazes de solubilizar fósforo, para fixar o nitrogênio e para produzir ácido indol acético”, diz o cientista.

Diversidade microbioma na proteção de plantas

Em outro estudo, os cientistas buscaram avaliar a diversidade do microbioma da rizosfera e seu impacto na proteção da planta de trigo inoculada com o patógeno de raiz Bipolaris sorokiniana e com um inoculante bacteriano antagonista – Pseudomonas.

Utilizando uma técnica chamada “diluição à extinção”, os pesquisadores “diluíram” a diversidade microbiana de um solo natural e, além do solo natural, usaram tratamentos com um gradiente de solo diluído e também autoclavado.

A inoculação com Pseudomonas resultou em maior altura de planta e massa seca de raiz, principalmente em tratamentos com o solo natural para a altura, mostrando o potencial de promoção do crescimento deste inoculante. Este inoculante também promoveu a proteção da planta nos tratamentos onde o patógeno foi introduzido.

Rodrigo Mendes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, explica que o microbioma da rizosfera oferece à planta hospedeira funções benéficas, incluindo absorção de nutrientes, tolerância ao estresse abiótico e defesa contra doenças transmitidas pelo solo.

Por exemplo, durante uma invasão de patógeno fúngico do sistema radicular, famílias bacterianas específicas e com certas funções são enriquecidas na rizosfera e ajudam a prevenir a infecção das plantas pelo patógeno.

Conforme Caroline Nishisaka, da Esalq, o índice de gravidade da doença foi maior em todos os tratamentos que receberam o fungo patógeno Bipolaris sorokiniana, principalmente no solo mais “diluído”, mostrando que é mais destrutivo em solos com baixa diversidade microbiana, onde o inoculante antagonista também é mais eficaz na proteção a planta.

O próximo passo será analisar o impacto da invasão de fungos e bactérias benéficas na montagem das comunidades bacterianas e fúngicas da rizosfera para entender os padrões e correlações entre a estrutura do microbioma da rizosfera, com o solo, a diversidade do microbioma e o estabelecimento do inoculante benéfico.

Os trabalhos foram apresentados no III Simposio Internacional “Avances en el mundo de Microbiomas”, da Universidad San Francisco de Quito, em outubro de 2021.

O projeto de pesquisa, coordenado por Rodrigo Mendes, é financiado pela Fapesp, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, por meio do auxílio regular e pela concessão da bolsa de doutorado a Caroline Nishisaka. (com informações da assessoria de imprensa).


Fonte: AG EVOLUTION 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Startup aposta em tecnologia usada em Marte para medir estoque de carbono no solo

Laser que avalia amostras de solo pode ser ferramenta importante tanto para estudos quanto para evolução do mercado de carbono no Brasil


  Amostras de solo antes de serem prensadas em forma de pastilhas para análise. 
(Fonte: AGLIBS)

A mesma ferramenta utilizada para investigar o solo de Marte é usada aqui no Brasil para mensurar o sequestro de carbono. A tecnologia LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy), que consiste em avaliar amostras de elementos químicos a partir do uso do laser, foi aprimorada pela startup Agrorobótica para ser utilizada na agricultura.


De acordo com a empresa, a leitura dos espectros de luz é feita por um computador, que os registra e processa. Cada tipo de solo tem características específicas, como se fosse uma impressão digital.

Em seguida, um software de inteligência artificial desenvolvido pela Agrorobótica, chamado AGLIBS, faz a leitura e associa a informação com características físicas e químicas dos solos.

“Com a utilização da tecnologia AGLIBS, conseguimos, em um primeiro momento, medir de forma precisa e em larga escala o carbono estocado no solo para, depois, negociar junto com o agricultor os créditos de carbono no mercado”, explica Fábio Angelis, sócio fundador e CEO da empresa.

COMO FUNCIONA?

 Amostras de solo antes de serem prensadas em forma de pastilhas para análise.
(Fonte: AGLIBS)

O processo é formado por três etapas. O primeiro é a coleta georreferenciada de amostras no campo, seguido do encaminhamento ao laboratório da startup em São Carlos (SP) para uso do software, que quantifica e qualifica o carbono e nutrientes no solo e folhas.

A partir disso, o próximo passo é a obtenção do resultado, uma vez que os teores de carbono no solo viram um mapa que permite a certificação de carbono ou recomendações de manejo.

Segundo Angelis, a empresa produz um laudo completo da amostra do solo em menos de um dia, enquanto outras técnicas chegam a durar 15 dias ou mais. Desta forma, há capacidade de analisar mais de 500 amostras de solo diariamente. A agilidade é resultado de um trabalho híbrido entre a força humana e a digitalização de processos.

De lá para cá, alguns aportes aceleraram o desempenho da startup. Sem revelar o custo ao produtor e o volume de carbono já estocado proveniente do trabalho da empresa, Angelis conta que a Agrorobótica está presente em 14 Estados e, atualmente, mais de 400 agricultores utilizam a tecnologia.

Tudo é feito em parceria com a Embrapa Instrumentação, já que as duas partes assinaram um convênio de inovação aberta em 2015 - o desenvolvimento e a transferência dessa tecnologia ao mercado são feitos em conjunto e a Embrapa recebe royalties pelas descobertas.

"O solo é a terceira maior reserva de carbono na biosfera. A participação do setor agrícola brasileiro neste mercado em ascensão oferece a possibilidade de uma monetização e uma renda extra ao agricultor", destaca Fábio Angelis, sócio fundador e CEO da empresa.

Fonte: Revista globo rural

Maiores informações sobre esta tecnologia em: https://agrorobotica.com.br/o-que-e-libs/

8 de agosto é o Dia do Produtor Rural Sergipano

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