quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Nanopartícula eleva resultados no cultivo de hortaliças

 Pesquisa da Embrapa e UnB desenvolveu nano bioestimulante e motivou criação de uma startup

Uma pesquisa multidisciplinar da Embrapa Hortaliças e da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveu uma nanopartícula bioestimulante com resultados expressivos nas culturas de hortaliças, como pimentões, tomates e alfaces.

O nanoproduto eleva a taxa de fotossíntese, otimiza o aproveitamento de água e o uso de nutrientes pela planta. Denominado Krill A32, o insumo é constituído de nanopartículas carbonáceas e grupos funcionais que atuam como carreadores de nutrientes para as plantas.

“Os resultados dos testes vieram rápido e agora temos um biofertilizante que, além de proporcionar efeitos nutricionais e fisiológicos favoráveis, é metabolizado pela planta, ou seja, não passível de acúmulo”, anota Juscimar da Silva, pesquisador da Embrapa da área de Solos e Nutrição de Plantas.

Segundo ele, o trabalho adaptou uma tecnologia desenvolvida por estudantes do curso de Química da UnB até chegar a um produto inovador para a cadeia de valor de hortaliças, bem como de outras culturas.

Segundo ele, o Krill A32 atua também como fertilizante ao ofertar macros e micronutrientes necessários para o crescimento dos vegetais, como nitrogênio, fósforo, potássio, ferro e zinco, por exemplo.

Biofortificação 

Por conter grupamentos funcionais (cargas elétricas de superfície), a nanopartícula incorpora elementos químicos de importância nutricional e permite avançar em estudos de biofortificação de “pulses”.

“Ou seja, isso torna possível enriquecer o produto com minerais para promover a nutrição da planta que poderão ser aproveitados pelos consumidores”, explica Silva.

O Krill A32 é compatível com outros fertilizantes e agroquímicos para aplicação conjunta via solo ou água (hidropônicos), evitando a reentrada de pulverizadores agrícolas na área, o que impactaria nos custos de produção.

Startup

Marcelo Rodrigues, professor da UnB conta que, a partir da parceria formada entre as duas instituições, os trabalhos com nanomateriais carbonáceos receberam um impulso e motivou a criação de uma agtech.

“Nossa pesquisa avançou bastante com os resultados que coletamos nos primeiros experimentos e, com a decisão de escalonar a produção, nasceu a Krilltech, startup criada para gerenciar o escalonamento”, revela.

Na avaliação dele, o Krill A32 contém todos os ingredientes de uma tecnologia bem-sucedida e inovadora na área de bioestimulantes e biodefensivos. Rodrigues se mostra confiante quanto ao futuro da inovação tecnológica.

“Entramos agora na fase de conversas com representantes de empresas agrícolas para fazer com que essa tecnologia, que se diferencia de tudo o que existe atualmente no setor, chegue ao mercado”, comenta. (com informações da assessoria de imprensa da Embrapa)

A nanotecnologia é uma área de pesquisa com enorme potencial para a agricultura e a pecuária. O AgEvolution, inclusive, fez dois boletins sobre o assunto no Centro Nacional de Pesquisas de Materiais (CNPEM). Confira abaixo:

Fonte: AG Evolution/Canal Rural 

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